Resumo:
O presente trabalho foi conduzido com a finalidade de estudar a viabilidade técnica e econômica de sistemas consorciados agrícola-florestal. Quatro diferentes modelos de produção com Mimosa scabvella (bracatinga), Zea mays (milho) e Phaseolus vulgaris (feijão) foram observadas durante 21 meses e comparados entre si e com parcelas monoespecíficas. Estudou-se também o efeito da calagem e adubação nos diferentes sistemas de produção. A bracatinga apresentou sobrevivência média de 78%. 0 crescimento em altura, diâmetro da base e diâmetro da copa das plantas durante o primeiro ano foi influenciado pelos tratamentos de solo, cujo efeito desaparece no decorrer do segundo ano. A consorciação com as culturas agrícolas não afetou o desempenho da bracatinga. As arvoretas crescendo nas parcelas com calcáreo e fertilizante apresentaram DAP maiores do que as das parcelas sem tratamento. Nos sistemas a estimativa da biomassa aérea total foi sempre maior nas parcelas com tratamento de solo, sendo formada 85% pela bracatinga. A produção estimada de lenha não foi afetada pelos consórcios, contudo houve maior produção nas parcelas com tratamento do solo. A produção de grãos e biomassa de milho e feijão foi sempre maior nas parcelas com tratamento de solo. A consorciação com braeatinga afetou a produção agrícola. Os ingressos econômicos das colheitas agrícolas contribuiu para minimizar os custos nos sistemas consorciados. 0 resultado da colheita nas parcelas agrícolas com tratamento de solo proporcionou saldo financeiro positivo. Em conclusão, é técnica e economicamente possível a instalação de sistemas de produção consorciados de bracatinga, milho e feijão, desde que se faça a correção e adubação adequada do solo. Com este trabalho confirmou- se ainda a viabilidade do reflorestamento com bracatinga mesmo em solo de baixa fertilidade.