Este trabalho relata a presença de alcalóides aporfinóides em mudas de Ocotea puberula de 3, 6, 9 e 12 meses de idade. Os alcalóides aporfínicos stricto sensu dicentrina, isodomesticina e leucoxina foram isolados da fração alcaloídica do extrato etanólico de folhas adultas de Ocotea puberula por técnicas cromatográficas usuais. Os alcalóides foram identificados por métodos espectroscópicos de IV e RMN em uma e duas dimensões. Os padrões de alcalóides foram analisados por CLAE, utilizando extratos alcaloídicos de folhas, caules e raízes de mudas e de folhas adultas. O método desenvolvido utilizou o pareamento iônico e heptanosulfonato de sódio em meio ácido na fase móvel. Os alcalóides foram quantificados utilizando o alcalóide boldina como padrão externo. Constatou-se que as mudas de Ocotea puberula de até 12 meses de idade acumulam os alcalóides estudados da mesma forma que as plantas adultas. No entanto, a concentração desses alcalóides é bastante diferente nos vários órgãos analisados. As folhas apresentaram a tendência de aumento do teor com a idade dentro do período analisado, porém esta tendência não se manteve contínua até a fase adulta pois o teor de alcalóides aporfinóides acumulados em folhas é significativamente maior em mudas que em espécimens adultos. As raízes apresentaram um pequeno aumento de concentração de alcalóides seguido de redução significativa, sugerindo uma possível translocação desses metabólitos para outros órgãos. Também está descrito neste trabalho todas as atividades necessárias para obtenção de mudas de Ocotea puberula, uma espécie nativa, em viveiro.
This work describes the occurrence of aporphinoids alkaloids in seedlings of Ocotea puberula with 3, 6, 9 and 12 months old. The aporphinoids alkaloids stricto sensu dicentrine, leucoxine and isodomesticine were isolated by chromatographic techniques from alkaloid fraction of the ethanolic extract of Ocotea puberula leaves. The isolated alkaloids were identified by IR and one and two – dimensional NMR techniques. These standards alkaloids were determined by HPLC using alkaloid extracts of leaves, stems and roots of seedlings and adult leaves. The method was developed by ion pair chromatography with sodium heptanosulphonate in acidic mobile phase. The alkaloids were quantified using boldine as external standard. It was observed that Ocotea puberula seedlings, up to 12 months old, accumulated the studied alkaloids in the same way as the adult plants. The concentration levels, however, are far different in each organ analyzed. The leaves presented a tendency to increase this accumulation over the experimental time, but this tendency was not continuous until the adult phase since aporphinoids alkaloids levels were significantly higher in seedlings than in adult ones. The roots showed a slight increase in the alkaloids concentrations followed by a significant decrease, suggesting a possible translocation of these metabolites to other organs. It is also described in this work all the activities needed to cultivate Ocotea puberula, a native specie in a seedlingnursery.