Devido à importância das matas ciliares muitos esforços e recursos têm sido despendidos para sua restauração. Como forma de aumentar a eficácia dos reflorestamentos, a partir de 1986 as instituições de pesquisa desenvolveram técnicas de reflorestamento fundamentadas na sucessão secundária das florestas tropicais. Neste estudo foi realizada análise estrutural de dez reflorestamentos implantados com base na sucessão secundária e com idades variando de um a 13 anos, comparados com uma área em regeneração natural há 23 anos, todos em região de Floresta Estacional Semidecidual, no Médio Vale do Rio Paranapanema, SP. Em cada área foram levantados parâmetros referentes à biomassa (densidade, área basal, altura, DAP e cobertura de copas), fitossociologia (riqueza, diversidade e similaridade) e regeneração natural (densidade, riqueza, diversidade, similaridade com o estrato arbóreo e com áreas naturais). Os reflorestamentos apresentaram evolução mais rápida de todos os parâmetros referentes à biomassa do que a área em regeneração natural, os mais velhos aproximando-se estruturalmente de uma mata ciliar madura e levando a concluir que, para a região dos estudos, o abandono de áreas à regeneração natural não é estratégia de restauração tecnicamente recomendável, embora às vezes possa ser a única saída economicamente viável. Nenhuma das variáveis dendrométricas apresentou correlação expressiva com a riqueza de espécies plantadas, e conclui- se que a opção por plantios com baixa densidade (até 1240 plantas.ha-¹ ) e baixa riqueza (até 11 espécies) não interfere no desempenho do reflorestamento, em termos de formação de biomassa. O desempenho estrutural dos reflorestamentos pode ser manipulado através da escolha das espécies e da densidade diferenciada entre os grupos sucessionais. A estrutura vertical dos reflorestamentos mostrou-se influenciada pela composição do plantio, refletindo a importância dos grupos sucessionais. As espécies pioneiras e secundárias iniciais dominam o dossel e constituem-se nas espécies emergentes. Plantas em regeneração natural são observadas somente nos reflorestamentos com idade de sete anos ou mais e sua densidade e riqueza mostraram-se correlacionadas apenas com a idade do reflorestamento e a distância até o fragmento natural mais próximo, predominando as espécies de síndrome de dispersão zoocórica.
Riparian forests are key to protect water resources and biodiversity, so that efforts and funds have been directed towards its restoration. In recent years, forest restoration research and technology have been based upon secondary succession, since this paradigm have been considered the best solution in terms of restoration efficacy. Nine areas, reforested on the basis of secondary succession with different ages (one to 13 years), as well as a naturally regenerated forest 23 years old, are compared in this study, in terms of stand structure. The parameters adopted in this analysis were related to biomass (density, basal area, height, DBH and crown cover), fitossociology (richness, diversity and similarity) and natural regeneration (density, richness, diversity and similarity with the arboreal stratum and neighbouring native forests). Planted forests presented a recovery process faster than the naturally regenerated forest, in terms of biomass. The eldest planted forest are structurally similar to mature riparian forests in the same environmental condition. On the basis of these results natural regeneration can not be recomended as a good technical solution to recover riparian forests. In some situations, however, this can be the only solution, since it has no costs. No correlation was found between the number of species planted and dendrometric parameters, so that richness and density of the planted forest had no influence on the forest biomass. Structural performance of the planted forest can be managed through species selection considering the proportion between early and late successional species, wich has a direct influence on the biomass. Pioneer and early secondary species dominate the canopy. Natura l regeneration of arboreal species starts about seven years after planting. Both density and richness of naturally regenerated plants are correlated with the age of the forest and the distance to the nearest forest patch. Plants in natural regeneration are predominantly from zoocorichous species.