Resumo:
Calonectria pteridis é um importante patógeno causador da mancha-de-pteridis, principalmente em regiões do nordeste e norte do Brasil. A doença é caracterizada por lesões foliares pequenas, circulares ou alongadas de coloração cinza-claro, que progridem para manchas coalescidas de coloração marrom-claro, que podem ocupar grande área do limbo foliar, resultando em intensa desfolha em genótipos suscetíveis de Eucalyptus spp. O plantio de genótipos resistentes é o método mais eficaz e econômico para o controle da doença no campo. Porém, muitos isolados estão associados à doença em campo e a variabilidade patogênica entre eles representa grande problema para traçar medidas eficazes no seu manejo. Foram obtidos 10 isolados das amostras de folha e solo coletadas em 4 municípios dos Estados do Pará, Maranhão e Piauí. Identificações morfológicas baseadas nas dimensões estruturais, e filogenéticas, através de comparações da região TEF-1α, mostraram que todos os isolados pertencem a espécie C. pteridis. Baseando no cálculo da Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), constatou-se que há variabilidade patogênica entre 10 isolados obtidos de municípios dos Estados do Pará, Maranhão e Piauí. Os isolados LPF341, LPF059, LPF340 e LPF054 foram os mais agressivos, sendo os mais indicados para inoculações artificiais visando à seleção de materiais resistentes à mancha-de-pteridis. Porém estudos sobre a diversidade genética e genotípica dos isolados devem ser feitos para selecionar entre os isolados mais agressivos os que têm maior espectro de virulência e determinar se há efeito do local de coleta na agressividade dos mesmos.