Resumo:
A silvicultura brasileira fortalece-se a cada ano, mas sem deixar de lado a preservação das florestas. Desenvolver o setor significa também cuidado ambiental, sustentabilidade e certificação. Com um mercado cada mais exigente quanto à origem dos produtos, a demanda por madeira nativa com garantia de rastreabilidade é uma realidade, seja junto a países importadores, seja junto a empresários brasileiros da construção civil. Frente a esses objetivos, o governo nacional lançou medidas de apoio ao setor, como a Lei de Gestão de Florestas Públicas e a criação do Serviço Florestal Brasileiro, ambos em 2006. São iniciativas que subsidiam o investimento em florestas nativas por oferecerem ambiente institucional consolidado, com regras claras e transparentes. A partir delas, foi possível dar um passo importante em 2008 para a conservação da Amazônia: licitar a primeira concessão florestal, cuja área situa- se em Rondônia. A alternativa permite a utilização de florestas nacionais pela iniciativa privada, de modo sustentável, atendendo à preocupação de solucionar o desmatamento na Amazônia. Uma das saídas para o problema é valorizar a floresta e utilizar o manejo, meta das concessões. Para cumprir esse objetivo, a empresa vencedora da licitação só pode retirar a quantidade de árvores que a floresta consegue repor. Outro contraponto é investir os recursos gerados em conservação. Do total arrecadado com as concessões, 30% é destinado ao Serviço Florestal Brasileiro e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para ser aplicado em fiscalização, monitoramento e controle das áreas licitadas. Os 70% restantes são destinados ao Instituto Chico Mendes, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, ao Estado e aos municípios onde se localiza o território manejado. Os recursos devem, obrigatoriamente, ser utilizados em ações de conservação e uso sustentável das florestas.