Resumo:
A resinose é a principal doença do cajueiro nos grotões e chapadas do Semiárido nordestino, tornando-se uma ameaça na exploração desta anacardiácea. As condições predisponentes nesses ecossistemas, como o estresse hídrico e a ocorrência de coleobrocas do tronco e das raízes, com as quais se associa sinergisticamente, tornam as plantas altamente vulneráveis aos efeitos deletérios da doença. A resinose é causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae (Botryodiplodia theobromae), caracterizada pelo intumescimento dos tecidos do tronco e dos ramos lenhosos, que, eventualmente, racham e exsudam goma característica, assumindo aspecto de cancro escuro. Observa-se, sequencialmente, o bloqueio da seiva, amarelecimento da folhagem, aumento da vulnerabilidade ao estresse hídrico e morte descendente da árvore. A característica destrutiva da doença aliada ao caráter oportunista do fungo indicam a predisposição das plantas ao ataque infeccioso do patógeno. Assim, supõe-se que as plantas sob qualquer tipo de estresse estão vulneráveis à doença. Diversos estudos têm sido desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ao longo de décadas, objetivando determinar o efeito de práticas agronômicas associadas ao progresso da resinose nos cajueiros do Semiárido nordestino e a elucidação dos aspectos epidemiológicos e de manejo dessa fitomoléstia, notadamente a seleção de genótipos de cajueiro resistentes (CARDOSO et al., 2006; PAIVA et al., 2002). Este trabalho tem como objetivo apresentar as práticas de manejo da resinose, tendo por base os conhecimentos obtidos ao longo das atividades de pesquisa e observações feitas em campo pelos autores. Abordaram-se aqui cada um dos princípios gerais de controle de fitodoenças, (i.e. exclusão, erradicação, proteção e resistência) considerando o potencial de cada um no manejo da resinose do cajueiro.