Resumo:
O clima quente e úmido da região norte do Brasil favorece o cultivo de plantas perenes que geram muitos empregos diretos no campo, na transformação industrial e comercialização, estratégicos para sustentar o desenvolvimento do setor. Burger & Flohrschutz (1984), revelaram a importância econômica das culturas permanentes na Amazônia Oriental (Pará e Amapá), demonstrando que estas, apesar de ocuparem apenas 1,1% da área de empreendimentos rurais, contribuem com 15,7% do valor de toda a produção agrária desta sub-região. Ante este quadro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, através do Centro de Pesquisa Agroflorestal do Amapá - CPAF-Amapá, em meados da década de 80, iniciou estudos com culturas perenes, entre essas, o guaraná, por seu aparente potencial para as áreas de terra firme do estado, através de plantas obtidas por enraizamento de estacas, em busca de clones adaptados às condições locais. Para tanto, implantou-se um ensaio com quinze clones oriundos do Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Ocidental - CPAA, em 1984, no Campo Experimental de Mazagão, localizado a 0° 7' S, 51° 17' W e 15 m de altitude. No preparo da área, uma capoeira de dez a quinze anos, procedeu-se a derruba, queima e coivara, sem destoca. O manejo, controle de pragas e doenças e demais tratos foi o recomendado para a cultura. Em vista do provável efeito do clima sobre os rendimentos e considerando que o sistema radicular desses clones tende a ser superficial e por isso, pouco tolerante a limitações hídricas, o cultivo de clones de guaranazeiros deve ser considerado como de risco para regiões submetidas à clima semelhante ao de Mazagão, AP.