Resumo:
No Estado do Amapá, como em toda região Amazônica, a agricultura caracteriza-se pela derrubada e queima da floresta, com o plantio de culturas de subsistência, principalmente mandioca, por dois ou três anos consecutivos e posterior abandono da área. Neste sistema, há redução da produção dos cultivos a cada ano, causada pela diminuição da capacidade produtiva dos solos, obrigando o agricultor a realizar desmatamentos de novas áreas. O sistema tradicional de agricultura ali utilizado, conhecido como "agricultura migratória" não tem contribuído para a melhoria do nível de vida do produtor rural, além de causar sérios danos ao meio ambiente nas regiões com maior densidade populacional. A utilização de espécies que melhorem as condições físico-químicas dos solos no enriquecimento de capoeiras é uma estratégia agroflorestal recomendada para as regiões em que o período de pousio seja reduzido. Estas espécies devem ser capazes de recuperar o solo num período de 4 a 7 anos, para que o produtor possa realizar um novo ciclo de cultivo. O taxi-branco (Sclerolobium paniculatum Vogel) é uma leguminosa arbórea nativa da Amazônia brasileira, ocorrendo em diferentes tipos de solos. Em plantios apresenta rápido crescimento, elevada produção de liteira e capacidade de fixação de nitrogênio, características essas que o qualificam como espécie potencial para a recuperação de solos degradados e enriquecimento de capoeiras.
Descrição:
Estudos desenvolvidos pela Embrapa Amapá com o plantio de taxi-branco em área de pequeno agricultor abandonada após o cultivo de outra cultura, demonstraram a grande capacidade desta espécie em recuperar solos degradados, pela deposição sobre o solo de grande quantidade de folhas e ramos ricos em nutrientes, principalmente nitrogênio.