Resumo:
No Brasil, os campos representam 13.656 milhões de hectares (IBGE, 2006). Embora estas formações campestres sejam encontradas em todos os biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa), somente no bioma Pampa esta formação é predominante. O bioma Mata Atlântica no sul do Brasil apresenta formações campestres denominadas Campos de Altitude do Planalto das Araucárias ou Campos de Cima da Serra. Estas áreas predominam em zonas de maior altitude, com cotas superiores a 800m. Nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estes campos ocupam 1.374.000 hectares, correspondendo a cerca de 7,9 % dos 10,8 milhões de hectares de todos os campos destes Estados (Boldrini, 2002). Em um contexto amplo de conservação, os Campos de Altitude vêm sofrendo dramaticamente com ações antropogênicas, em decorrência da contínua e rápida substituição, descaracterização e fragmentação dos diferentes ambientes que os compõem. A introdução de espécies exóticas, o avanço de extensas monoculturas, como por exemplo de espécies de Pinus e outras atividades agrícolas, o corte seletivo em remanescentes florestais, a construção de hidrelétricas e a drenagem/represamento de banhados, e a introdução de espécies de peixes exóticas representam as principais ameaças para a conservação desse ecossistema. A região do presente estudo, na qual as formações campestres foram avaliadas, abrange municípios do nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina. Assim, o objetivo deste estudo é o de contribuir para o conhecimento e a compreensão dos fatores bióticos e abióticos indispensáveis para subsidiar futuras ações para a conservação dos Campos de Altitude do Planalto das Araucárias.