Resumo:
O tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer), espécie da família Arecaceae, também conhecido como tucumã-do-amazonas e tucumã-açu, é uma palmeira de grande importância socioeconômica para os povos da Amazônia. A polpa do seu fruto pode ser consumida ao natural, como recheio de pães ou tapiocas, ou usada no preparo de sorvetes, suco, licor, creme, patês e pratos quentes, muito apreciados pela população regional e pelos turistas. Das sementes e da polpa dos frutos também podem ser extraídos óleos comestíveis para uso na suplementação alimentar humana e na fabricação de ração animal. O endocarpo é empregado na fabricação de artesanatos e na indústria de biojoias. Os poucos estudos sobre o cultivo dessa espécie e a inexpressiva ocorrência de áreas plantadas fazem com que praticamente toda a produção para abastecimento do mercado seja proveniente do extrativismo. A dificuldade de germinação das sementes e a impossibilidade da propagação vegetativa da espécie têm sido apontadas como os principais fatores limitantes ao seu cultivo (SÁ, 1984). Em condições naturais, o tucumã leva de dois (SÁ, 1984) até três anos (KOEBERNIK, 1971) para germinar. Contudo, essa dormência pode ser minimizada pela retirada do endocarpo após a secagem da semente (MIRANDA et al., 2001) e pela embebição das sementes em água (GENTIL e FERREIRA, 2005; FERREIRA e GENTIL, 2006). O presente trabalho visa a apresentar os procedimentos que devem ser adotados para acelerar e uniformizar a germinação das sementes de tucumã, como estratégia para apoiar o processo de domesticação e auxiliar os produtores na produção de mudas para o cultivo dessa espécie.