Resumo:
Sustentado por uma política agrícola de crédito rural subsidiado, o modelo de ocupação da Amazônia caracterizou-se pela ocupação desordenada do solo agrícola, através da abertura de novas fronteiras, na ausência de tecnologias apropriadas às condições equatoriais. Nesse contexto, as pequenas propriedades permaneceram fundamentadas num modelo de produção para subsistência em sistemas diversificados, pela utilização intensiva do fator trabalho (mão de obra familiar) e escassez dos fatores terra e capital, ficando condicionadas à ocupação de terras de baixa aptidão agrícola e à utilização de processos rotineiros de cultivo. Como resultado de uma série de diagnósticos participativos, no entorno de Manaus, no Município de Itacoatiara e nos do Baixo Amazonas, realizados pela equipe de Agroecologia da Embrapa Amazônia Ocidental e do Curso Superior de Agroecologia da Universidade do Estado do Amazonas, foi observada uma carência de nutrientes nas plantas cultivadas nas unidades produtivas familiares visitadas. Além disso, a venda de fertilizantes inorgânicos por meio do uso de crédito rural não obteve o resultado esperado, pois os agricultores, por não ter acompanhamento técnico devido, segundo depoimentos, não aplicaram esses fertilizantes, havendo casos de armazenamento por mais de cinco anos, o que resultou em endividamento de boa parte dos agricultores familiares. Diante de tais fatos, tornou-se necessária a combinação de resultados de diversos projetos de pesquisa com a experiência do movimento social e dos agricultores familiares, para elaboração de uma programação básica de oficinas que contribuam sobremaneira para a produção de plantas em diversas propriedades.