Resumo:
Toda a atividade humana é geradora de resíduos e sua periculosidade ao ambiente e aos seres vivos depende de sua composição química e do tratamento a ele destinado. No caso da reciclagem de papel, um dos grandes desafios das indústrias é o gerenciamento dos resíduos, principalmente de lodos, hoje dispostos em aterros em algumas indústrias. Essa é uma alternativa onerosa e gera uma responsabilidade pela sua guarda que pode se eternizar, resultando em custo permanente. A reciclagem de papel cumpre importantes funções, tanto social, pela geração de emprego e renda, quanto ambiental pelo reaproveitamento de material com potencial poluidor e de liberação de carbono e pela redução da necessidade de plantios florestais para a produção de matéria-prima. No lodo resultante do tratamento de efluentes da reciclagem de papel encontram-se presentes fibras celulósicas fragmentadas e não reaproveitadas no processo, e carga mineral contida nas aparas de papel processadas para reciclagem (BALBINOT JÚNIOR et al., 2006). Em função da presença de nutrientes para as plantas em sua composição química, esse resíduo tem potencial para utilização como insumo florestal, sendo necessário, para tal destinação, o pleno conhecimento de suas características, principalmente de seus efeitos no ambiente e às plantas. A aplicação em solos florestais é uma alternativa atraente para a disposição do resíduo pela capacidade depurativa do solo (BELLOTE et al., 1998) e pela presença de nutrientes para as plantas além da capacidade do mesmo atuar como condicionador do solo substituindo o calcário como corretivo da acidez e fornecendo Ca e Mg. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do lodo celulósico gerado em estação de tratamento de efluentes da unidade industrial recicladora de aparas de papel da CVG, instalada no distrito de Volta Grande, Município de Rio Negrinho, SC, no crescimento de árvores de Pinus taeda e na contaminação do solo por oligoelementos presentes no lodo celulósico estudado.