Resumo:
O Brasil é o maior produtor e consumidor de carvão vegetal do mundo. Em 2005, o consumo de carvão atingiu seu ponto máximo, quando foram produzidos e consumidos mais de 38 milhões de metros cúbicos de carvão (mdc) (CALAIS, 2009). A siderurgia é responsável pelo consumo de 85% deste carvão, enquanto que os 15% restantes referem-se ao consumo residencial (CARNEIRO, 2010). Do ponto de vista ambiental, o carvão vegetal leva grande vantagem em relação ao carvão mineral devido a sua origem ser de fonte renovável. No entanto, os atuais processos de carbonização são de baixo rendimento e eficiência energética, além de não serem isentos de poluição. Durante a carbonização, são liberados gases de efeito estufa (GEE) como CO, CO2 e CH4, dentre outros hidrocarbonetos de cadeia curta (FERREIRA, 2000). Este comunicado apresenta um protótipo de reator cilíndrico metálico encamisado para a carbonização de madeira, visando maior aproveitamento da energia e de produtos do processo de pirólise. Os gases emitidos durante a carbonização são condensados parcialmente e guardados para uso futuro e a parte não condensada é queimada em fornalha, para maior eficiência energética. O reator opera dentro de uma fornalha construída com material refratário, para minorar as perdas de energia ao ambiente externo, durante o aquecimento do reator. A madeira a ser transformada em carvão não entra em combustão, sofrendo a pirólise apenas por aquecimento do reator. Foram avaliados o rendimento e a qualidade do carvão, assim como a composição do licor pirolenhoso condensado para duas condições de operação do reator.