Resumo:
A criação de gado bovino em áreas nativas é uma prática importante na economia do Pantanal. Há mais de 200 anos, as pastagens nativas do Pantanal são ocupadas para a criação extensiva de gado bovino, e a madeira dessas áreas é utilizada para a construção de cercas, currais, mourões, entre outros (SALIS, 2004). Apesar dessa importância, pouco se sabe sobre a ecologia das espécies arbóreas do Pantanal, assim como informações relativas a seu crescimento. A conservação e o uso sustentável desses recursos têm sido ameaçados pelo desmatamento para a implantação de pastagens cultivadas, que tem ocorrido, principalmente, em áreas não inundáveis, as chamadas “cordilheiras”. As “cordilheiras” são paleodiques, áreas não sujeitas a inundações, com vegetação arbórea do tipo savana (= cerrado), savana florestada (= cerradão) e floresta estacional semidecidual (= mata) (RATTER et al., 1988). Resultados promissores têm sido obtidos pela aplicação da dendrocronologia para o conhecimento do crescimento das espécies florestais do Pantanal, visando a seu uso sustentável (MATTOS et al., 2005; 2007; MATTOS; SEITZ, 2008). Assim, o objetivo desse trabalho foi estimar a idade e o crescimento em diâmetro de três espécies arbóreas decíduas (Diptychandra aurantiaca, Terminalia argentea e Magonia pubescens) ocorrentes em cerradão, no Pantanal.