Resumo:
De modo abrangente, cresce a busca de procedimentos para permitir a implantação de espécies nativas por semeadura direta em campo. Nem todas as espécies prestam-se a isso. Para plantios em áreas abertas, as espécies do início da sucessão são vantajosas devido a alguns critérios, como facilidade na obtenção de sementes e maior velocidade de crescimento inicial das nascediças (velocidade de arranque). As máquinas plantadeiras manuais, usuais na agricultura familiar para semeadura direta no campo (tico-tico ou matracas), substituíram o emprego anterior do chucho ou vara coveadora há cerca de 50 anos, no Brasil. O uso das matracas para semear plantas lenhosas requer adaptações, principalmente devido ao tamanho das sementes. Realmente, os grãos mais comumente plantados, milho e feijão, têm tamanho da ordem de 3 mil a 5 mil sementes por kg. As sementes de plantas lenhosas de espécies nativas do gênero Mimosa são bem menores que milho e feijão. Pode-se apontar 40 mil a 60 mil sementes por kg para as duas variedades botânicas de Mimosa scabrella Bentham, cerca de 130 mil para Mimosa flocculosa Burkart e média de 167 mil para Mimosa pilulifera var. pseudincana (Burkart) Barneby. A profundidade de semeadura é outro ponto a cuidar, pois sementes demasiadamente enterradas podem germinar, mas não conseguem emergir. Há uma associação direta entre tamanho da semente e profundidade máxima de enterramento: quanto menor a semente, menor deve ser a camada de solo sobre ela no campo.