Resumo:
O Estado do Paraná possui expressividade fitogeográfica bastante acentuada, com florestas entremeadas por formações herbáceas e arbustivas, determinadas por características climáticas, geomorfológicas e pedológicas. Originalmente, o Estado possuía 85% da sua superfície coberta por formações florestais, sendo o Primeiro Planalto ocupado por florestas, ocorrendo ainda próximo à cidade de Curitiba, os campos, ou estepes, em dimensões geográficas bem menos expressivas. A estepe, unidade fitogeográfica na qual a área de estudo está inserida, era formada originalmente por formações herbáceas que cobriam as encostas e agrupamentos arbóreos associados aos cursos d’água. Normalmente, para o referido Estado, os corpos de água são circundados por fitotipias florestais. No entanto, no segundo planalto, em condições originais, encontravam-se algumas lentes d’água com campos circunjacentes, situação não identificada no Primeiro Planalto, onde as florestas perfaziam esses ambientes. O modelo de desenvolvimento socioeconômico empregado até os dias atuais colide, frontalmente, com a necessidade de preservação e conservação dos ecossistemas. Como conseqüência, observa-se atualmente uma condição crescente de declínio da qualidade dos recursos naturais, especialmente das águas superficiais, tão importantes para a manutenção de vida. Ao mesmo tempo, verifica-se que o crescimento desordenado das cidades aumenta substancialmente a demanda de água potável, fato também identificado para a região da grande Curitiba, a qual já necessita do represamento de alguns rios para seu abastecimento hídrico, tais como o Passaúna e o Iraí. Originalmente, o Rio Iraí apresentava uma floresta ripária com diversidade considerável para as condições de planície, dados muito semelhantes aos encontrados por outros autores que estudaram rios da região. Essa recomendação de espécies tem como objetivo orientar os plantios de espécies arbóreas nativas em uma faixa de 30 m de largura ao redor do reservatório do Rio Iraí, considerando o nível de hidromorfia dos solos, compensando parcialmente a supressão das florestas fluviais originais e, conseqüentemente, minimizando a pressão sobre os capões remanescentes.