Resumo:
Apesar da vasta área reflorestada e do mais moderno parque industrial madeireiro, são poucos os trabalhos de pesquisa com formigas cortadeiras na região Sul do Brasil. As informações sobre formigas obtidas em outras regiões, principalmente na região Sudeste, não podem ser consideradas integralmente para a região Sul, devido às diferentes condições climáticas. Alem disso, grande parte dos estudos realizados sobre formigas cortadeiras é conduzido em regiões onde a saúva (Atta spp) é o principal problema, enquanto que, na região Sul, as quenquéns (Acromyrmex spp), destacam-se como as mais abundantes e as de maior importância econômica no meio florestal. Os melhores resultados no combate às formigas cortadeiras pelos produtores florestais têm sido obtidos através do controle químico, pelo uso de iscas formicidas granuladas. Entretanto, a eficiência das iscas formicidas depende inicialmente da capacidade de as formigas localizarem os grânulos e carregá-los até o ninho. Uma das causas de alguns casos de insucesso no uso de iscas tóxicas está no desconhecimento do hábito de forrageamento das formigas. Estudando o comportamento de Atta sexdens, verificou que a maior atividade de forrageamento foi de maio a agosto, sendo menor de setembro a janeiro. No caso de Atta, o período de novembro a janeiro não é ideal para o oferecimento de iscas, devido aos ninhos estarem na fase reprodutiva. Assim, neste estudo pretendeu-se conhecer a biologia dos ninhos de Acromyrmex crassispinus no que se refere à proporção entre as castas, a atividade externa, bem como verificar o carregamento de iscas e controle de ninhos durante o ano.