Resumo:
A enxertia é um dos meios de clonagem dentro da propagação vegetativa das espécies florestais e frutíferas, principalmente em espécies de difícil enraizamento, ou mesmo quando se visa à redução do porte da árvore para facilitar a colheita de frutos, como no caso da macieira e do nim indiano, indução de resistência a pragas e doenças, no caso da tolerância à Hipsipylla grandella do mogno e apressar a produção de frutos (ouriços) e no caso da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa). Dentre os vários métodos convencionais para a enxertia de espécies florestais, destacam-se a garfagem em suas modalidades no meio do topo, sob casca no topo, sob casca lateral. Destaca-se, ainda, a borbulhia convencional em T invertido ou T normal. Os diversos tipos de enxertia têm sido praticados no mogno sul-americano (Swietenia macrophylla) na Embrapa Florestas, destacando-se a garfagem no meio do topo. Entretanto, durante a operação de enxertia, um dos problemas encontrados é o pequeno número de garfos ou enxertos disponíveis (um garfo por muda). Por outro lado, muitos porta-enxertos (cavalos) já aproveitados em enxertias mal-sucedidas tornavam-se inaproveitáveis (câmbio prejudicado no processo de enxertia), embora vivos. Pensou-se no aproveitamento destes porta-enxertos através do uso de enxertia não-convencional por mini- garfagem, um processo inédito no mogno (Swietenia macrophylla), pela introdução de material propagativo (mini-garfo) em segmento de tamanho pequeno (aproxi- madamente 3 cm) com gemas vivas, apenas diferindo em tamanho em relação ao garfo normal. O mini-garfo apresenta ou não ponteira, mas deve apresentar gemas apicais ou laterais. No caso do mogno, é grande a quantidade de gemas, das quais podem surgir brotações com muita facilidade, seguindo-se a regeneração da nova combinação (planta) em si, a partir de uma ou duas gemas do mini-garfo.