Resumo:
Nas regiões produtoras tradicionais do Brasil e da Costa Rica, a pupunheira é atacada por vários patógenos, principalmente fungos, desde a fase de viveiro até os plantios adultos. Dentre os patógenos que ocorrem na pupunheira, encontram-se os fungos Colletotrichum gloesporioides, Bipolaris bicolor, Curvularia eragrostides, Pestalotiopsis sp., Dreschlera incurvata, Phomopsis sp. e Alternaria sp. que causam manchas foliares, principalmente em plantas com estresse hídrico ou deficiência nutricional. Pela semelhança, os sintomas são confundíveis e o diagnóstico deve ser complementado por observação dos conidióforos e conídios dos patógenos ao microscópio. No Estado do Paraná a cultura da pupunha está em expansão nas regiões do Litoral, Alto Ribeira, Noroeste e Oeste, constituindo-se numa importante alternativa agroecológica para a diversificação e de fonte de renda para sistemas de produção dessas regiões. Para o desenvolvimento desta cultura alternativa, torna-se importante o acompanhamento de quaisquer fatores limitantes, dentre estes as doenças. Embora seja de introdução recente e cultivada até agora em áreas ainda pouco extensas e isoladas, não há relatos de problemas fitossanitários relevantes. O problema mais freqüente, é a ocorrência de manchas foliares, causando danos principalmente nas fases de desenvolvimento das mudas em viveiros e nos primeiros seis meses após o transplante das mudas para o campo. Na região noroeste do Paraná, pulverizações preventivas com fungicidas têm sido empregadas com freqüência por viveiristas e produtores, em anos em que ocorre excesso de chuvas no inverno e primavera, acompanhada de temperaturas amenas. Portanto, o levantamento sistemático da ocorrência destas e de outras doenças da cultura da pupunha, nas diferentes regiões produtoras do estado do Paraná, é importante para subsidiar ações de pesquisa sobre a epidemiologia e o manejo destas doenças. A contínua solicitação de informações por parte de produtores e de empresas sobre a diagnose e o controle de doenças, motivou a elaboração desta publicação mais específica para o Estado do Paraná. Ela tem como objetivo auxiliar no melhor conhecimento da antracnose e da podridão da medula, doenças que atualmente ocorrem com maior freqüência.