Resumo:
O manejo florestal em florestas primárias na Amazônia é, na maioria das vezes, limitado a sistemas silviculturais baseados no diâmetro mínimo de corte (DMC) e na extração de um número relativamente pequeno de espécies, reduzindo a população de árvores comerciais. Apesar da necessidade de aplicação de tratamentos silviculturais para aumentar o estoque de espécies comerciais na regeneração natural, manter a qualidade do estande e promover o crescimento das árvores para colheita futura, esses não têm sido aplicados em escala operacional e normalmente não são contemplados no planejamento das operações florestais. Em consequência disso, com poucas exceções, são raras as publicações sobre a eficácia dos anelamentos em florestas neotropicais. A utilização de técnicas de impacto reduzido minimiza os impactos da extração, mas não necessariamente melhoram as baixas taxas de crescimento apresentadas por muitas espécies comerciais, nem asseguram o retorno dos volumes explorados para o próximo ciclo de corte. Por outro lado, estudos conduzidos nos trópicos têm mostrado que a aplicação de tratamentos silviculturais nas árvores do futuro, como cortes de liberação, corte de cipós e anelamento de competidoras, pode aumentar significativamente suas taxas de crescimento. De todos os métodos de anelamento, aquele em que se utiliza a motosserra é provavelmente o mais barato, rápido e fácil de implementar corretamente no campo. A eficácia do anelamento pode ser melhorada quando combinada com a aplicação de herbicida na superfície de corte. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar os efeitos do anelamento sobre árvores comerciais e não comerciais indesejáveis; determinar os custos e eficiência do anelamento; e estabelecer os melhores níveis de resposta ao anelamento, em relação à classe de tamanho e iluminação de copa.