Resumo:
A castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl., Lechytidaceae) é uma das árvores símbolo da Amazônia devido a sua importância social, ecológica e econômica para a região. Milhares de famílias de extrativistas e produtores rurais utilizam a semente da castanheira, popularmente conhecida como castanha-do-pará ou castanha-do-brasil e mais recentemente castanha-da-amazônia, como fonte de renda. Em 2006, o Acre foi o maior produtor de castanha com casca do Brasil, obtendo uma produção de 10.217 toneladas e um faturamento de mais de 13 milhões de reais em valores atualizados. Toda essa produção, exclusivamente oriunda do extrativismo, é em termos comerciais um importante item de exportação da Região Norte do Brasil desde sua ocupação. Atualmente os principais países importadores de castanha sem casca são Reino Unido, Itália, Alemanha, Estados Unidos e recentemente a China, cabendo ao Brasil o domínio do mercado mundial de castanha com casca. O sistema tradicional de coleta da castanha- do-brasil não considera a qualidade do produto comercializado, especialmente com relação às condições sanitárias (contaminação por aflatoxinas e coliformes fecais), o que muitas vezes ocasiona a impugnação pelo mercado comprador. Os grandes entraves para a cadeia produtiva da castanha-do- brasil têm sido o transporte e armazenamento, que até o início da década de 2000 não tiveram grandes avanços, apesar desse produto nunca ter deixado de ser importante para a Amazônia. Por causa das condições sanitárias da castanha- do-brasil, estudos têm sido realizados na Embrapa Acre no sentido de verificar quais as etapas mais críticas para a contaminação das amêndoas de castanha e como o sistema de coleta deve ser modificado para evitar tais contaminações.