Resumo:
O manejo florestal é tido atualmente como um método adequado para a utilização dos recursos florestais amazônicos, reconhecido pela comunidade científica e também pelos setores governamentais responsáveis por políticas públicas. Para fortalecê-lo, criam-se mecanismos legais e disponibilizam-se recursos financeiros em detrimento aos desmatamentos, em geral causados por ações ilegais ou impróprias, do ponto de vista sustentável e ambiental. Considerando a adequação do manejo florestal, em meados da década de 1990, pesquisadores da Embrapa Acre em parceria com pequenos produtores do Projeto de Assentamento Dirigido Pedro Peixoto (PAD Pedro Peixoto), Estado do Acre, começaram a desenvolver um modelo de manejo para pequenas áreas florestais, demandando uma tecnologia simples e de baixo custo, apropriada a produtores familiares. No PAD Pedro Peixoto, o modelo de manejo florestal é baseado em propriedades familiares, com área média de 80 ha, administradas diretamente pelo produtor. Sem o modelo proposto pela Embrapa Acre, a atividade produtiva se restringe à produção agropecuária itinerante e à extração da madeira, caracterizada pela exploração seletiva. Assim, as áreas de reserva legal ficam ameaçadas, uma vez que a prática de derrubada, seguida da queima, continua avançando. Um dos elementos que mais tem contribuído para que isto aconteça é o fato de não ser atribuído nenhum valor econômico à floresta. Na visão do produtor, essas áreas são consideradas como impedimento para obtenção de maior renda, devido à exigência de se manter 80% ou 50% da cobertura florestal original das propriedades, dependendo de sua localização no estado. Neste aspecto, a exploração de madeira manejada oriunda de projetos comunitários de manejo florestal em áreas de reserva legal torna-se uma alternativa pioneira que poderá reverter o processo de degradação da floresta para um modelo de exploração com bases sustentáveis.