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O gênero Astrocaryum apresenta, pelo menos, nove espécies nativas da Amazônia, sendo duas as mais conhecidas: A. aculeatum Mart. o tucumanzeiro- do-amazonas, e A. vulgare Mart. o tucumanzeiro- do-pará, também denominado de tucumã, tucum e tucumanzeiro. Ambas são espécies perenes, que possuem espinhos em quase todas as partes da planta, principalmente no estipe próximo às cicatrizes foliares, embora eventualmente sejam encontrados indivíduos desprovidos de espinhos, em particular na espécie A. vulgare Mart. Os estipes podem alcançar mais de 10 m de altura e mais de 30 cm de diâmetro e apresentam frutos oleaginosos com potencial de exploração diversificado, na culinária, na medicina e, mais recentemente, com possibilidades de uso como biodiesel. O tucumanzeiro-do-pará tem como principal característica o caule múltiplo, formando touceiras constituídas por quatro a seis indivíduos, sendo considerada planta pioneira. Seus frutos, além de serem usados para extração de óleo do mesocarpo e da amêndoa, são consumidos in natura, podendo servir de matéria- prima para sorvete, refresco, geleia, doce e creme. As características organolépticas dos frutos dessa palmeira os credenciam como matéria comestível de alto valor para a indústria alimentícia. A polpa do fruto possui óleo extremamente rico em carotenoides e ácidos graxos oleico e palmítico, com o teor de óleo variando entre 20% e 44%. Em vista dessas características, essa espécie oleaginosa vem sendo indicada como alternativa para a produção de biocombustível. Entretanto, por ser uma espécie nativa pouco estudada agronomicamente, um dos obstáculos ao seu cultivo tem sido a dificuldade de produção de mudas via sementes, a qual é muito demorada, levando em torno de 3 anos para atingir o ponto do plantio. A propagação vegetativa pode ser obtida por cultivo in vitro ou pela macropropagação. O cultivo de plantas in vitro é realizado por técnicas de micropropagação, utilizando-se a proliferação de gemas axilares, embriogênese somática ou cultura de tecidos. Já a macropropagação envolve os métodos de estaquia, miniestaquia, enxertia, mergulhia e alporquia. A propagação por estaquia é um dos métodos mais utilizados na multiplicação de muitas espécies. Baseia-se na capacidade de regeneração dos tecidos e emissão de raízes. Estudos sobre a propagação vegetativa em palmeiras são escassos, seja em condições de campo ou de viveiro, especialmente envolvendo a macropropagação por estaquia de perfilhos, pois não é comum para algumas espécies de palmeiras emitirem perfilhos. |
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