Resumo:
O governo brasileiro proibiu a exploração do sassafrás em matas primárias da floresta atlântica, obrigando a indústria brasileira, que usa o óleo essencial rico em safrol como matéria-prima, a aumentar a importação deste componente da China e do Vietnã. A partir da descoberta de populações nativas de pimenta longa no Estado do Acre, com teores de safrol acima de 90% em seu óleo essencial, criou-se uma grande perspectiva de exploração comercial dessa planta nativa, ainda considerada por produtores como uma planta invasora de difícil controle nas áreas de agricultura de subsistência, pastagens e capoeiras. Por se tratar de uma cultura que produz aproximadamente 5.000 kg/ha de matéria seca, que é utilizada como matéria-prima para destilação do óleo essencial nas usinas, tem-se um transporte considerável de nutrientes para fora da área de cultivo, tornando-se necessárias adubações para repor e manter a fertilidade das áreas. De maneira geral, os fertilizantes químicos possuem elevados preços no Acre, aumentando conseqüentemente o custo de produção do óleo essencial. Uma alternativa seria a utilização do resíduo da biomassa gerada após o processo de destilação, que permitiria aumentar a reciclagem dos nutrientes retirados na operação de colheita, além do fornecimento de matéria orgânica que proporciona agregação do solo, melhoria na capacidade de infiltração e retenção de água no solo, reduzindo o déficit hídrico nos períodos mais secos. Além dos benefícios físicos proporcionados ao solo, a matéria orgânica aumenta ainda a Capacidade de Troca Catiônica (CTC), disponibilidade de nutrientes e oferece condições ideais para o desenvolvimento da meso e microfauna. Este trabalho teve como objetivo determinar os teores de nutrientes na biomassa residual de usinas e em plantas inteiras de pimenta longa, no momento do corte, visando estimar o que pode ser reciclado da biomassa total retirada pelas colheitas.