Resumo:
A bacabinha (Oenocarpus mapora Karsten., Arecaceae), também conhecida por bacaby, é uma palmeira tropical, encontrada naturalmente na Amazônia, sendo utilizada integralmente pelas populações de baixa renda dessa região. As partes empregadas como alimento são seus frutos, de onde se extrai a bebida conhecida por "bacaba", com valor nutricional, semelhante ao leite de vaca, além de permitir a extração de azeite cuja composição química é similar ao de oliva. Outro alimento é o palmito, retirado da parte superior do estipe. Devido à sua importância regional, essa espécie passou a ser objeto de estudo na Embrapa Amazônia Oriental, sendo realizadas coletas em populações naturais para a formação de uma coleção de germoplasma, onde os acessos estão sendo caracterizados e avaliados com vista a obter subsídios para a domesticação e melhoramento genético dessa palmeira. Em 1996, quando as plantas apresentavam-se no terceiro ano de produção, foram constatadas perfurações em várias partes da planta e, através de levantamentos identificaram-se como pragas da bacabinha dois coleópteros, curculionídeos: o Dynamis borassie o Foveolus eterpes, sendo o ataque do primeiro mais freqüente e podendo levar as plantas à morte. Com base nessas informações, avaliou-se o ataque dessa praga nos acessos em frutificação dessa coleção. Pelo fato da ocorrência desse coleóptero coincidir com o período chuvoso e com a época de maior floração, as coletas de dados foram realizadas em dois períodos: junho/97 e maio/98. Por ocasião das coletas, foram vistoriadas todas as plantas (60 touceiras)e todos os perfi lhos (324 estipes) dos oito acessos procedentes de Abaetetuba, PA, sendo anotado o número de estipes, como também o número de inflorescências visíveis atacadas pelos insetos, em cada acesso, planta e perfilho. Em todas as partes danificadas, foram coletados adultos desse inseto, os quais foram colocados em recipientes de vidros contendo acetato de etila, e/ou larvas, sendo essas últimas trazidas para o laboratório de Entomologia, nas inflorescências, afim de completar seu desenvolvimento. Com os dados obtidos, foram calculadas as percentagens de ataque dessa praga nos acessos, nas plantas e nos perfilhos.