Resumo:
O manejo das florestas naturais tem se restringido aos estudos de crescimento e, mais recentemente, destacam-se os temas ecológicos. A forma de gestão da estrutura florestal remanescente propriamente dita, para a projeção e o planejamento do próximo ciclo produtivo, tem sido pouco considerada. A obrigação legal do inventário mediante censo a partir de 35 cm de centro de classe segundo Instrução Normativa 05/11/12/2006 determinada pelo Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2006), proporcionou uma excelente ferramenta para o planejamento e manejo das florestas naturais tropicais. Ao se desconsiderar as simulações das combinações das classes diamétricas que devem ser mantidas para o próximo ciclo ou cortadas tem incorrido em equívocos, tais como a suposição que o manejo de florestas nativas não é sustentável; que os ciclos de corte devem aumentar, ou mesmo gerando confusão entre sustentabilidade madeireira com a sustentabilidade ecológica. Além disso, o manejo de florestas naturais tem sofrido gradualmente uma simplificação, o que tem impedido que técnicas conhecidas de gestão das florestas sejam utilizadas. Isso acabou por determinar erroneamente taxas fixas de extração de madeira sem considerar a grande variedade de espécies com ciclos de crescimento próprios, de tipologias, sub-tipologias e sítios florestais específicos. O manejo de florestas naturais considera normalmente a gestão das espécies em conjunto. Entretanto, o conhecimento do comportamento individual da espécie ou grupo de espécies com crescimento semelhante é básico para a identificação da viabilidade das taxas de corte utilizadas. Este trabalho analisa as possibilidades de manejo do cumaru-ferro (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.), usando dados reais provenientes de um plano de manejo aprovado e conduzido por uma empresa florestal do estado do Acre.