Resumo:
O macaco-prego [Cebus nigritus (Primates: Cebidae)] é uma espécie endêmica da Floresta Atlântica (latu sensu) e sua distribuição se dá no Sudeste e Sul do Brasil e no noroeste da Argentina. É um animal de pequeno porte que pesa, no máximo, 4,5 kg e vive em grupos de 6 a 30 indivíduos liderados por um macho dominante. Alimenta-se de insetos, ovos de aves, pequenos vertebrados, folhas, bulbos e, principalmente, de sementes e frutos. Com os processos de fragmentação e empobrecimento de habitats, a espécie passou a incluir diversos itens cultivados pelo homem à sua dieta, como frutas cultivadas em pomares, milho, cana-de-açúcar e Pinus spp. Esse comportamento, obviamente, causa preocupação entre os produtores, em função dos prejuízos econômicos potenciais ou reais provocados por esse primata. No entanto, é importante ressaltar que, por se tratar de uma espécie da fauna nativa, é protegida pela lei e o seu abate representa crime inafiançável. Além disso, o macaco-prego é um importante dispersor de sementes e predador de insetos e, portanto, um elemento fundamental para a manutenção dos ecossistemas florestais. Relatos de danos causados por macacos-prego a plantios comerciais de Pinus spp. existem desde a década de 1950 e são cada vez mais frequentes no Sul do Brasil. Essa cultura ocupa hoje 1.867.680 ha no País e, portanto, a busca de formas de minimizar os danos provocados por esse primata é uma das linhas de pesquisa da Embrapa Florestas, que vem trabalhando em parceria com empresas do setor florestal desde 2003, nesse tema. Assim, as informações aqui contidas representam uma compilação desses estudos e têm por objetivo apresentar e discutir diversas questões relacionadas ao assunto, bem como as metodologias propostas para o controle ou redução dos danos causados por macacos-pregos aos plantios de Pinus spp.