Resumo:
A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.) é o principal produto gerador de renda para as famílias que trabalham no extrativismo no Acre. Seus frutos esféricos, conhecidos como “ouriço”, medem de 8 a 15 cm de diâmetro. No seu interior encontram-se as amêndoas ricas em gordura e proteínas. A oportunidade de comércio para esse produto é o mercado internacional, com destaque para o Reino Unido, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Bolívia. O Brasil ainda domina o mercado mundial de castanha com casca, contudo, com menor valor agregado e em declínio. Observando-se o comportamento do mercado local percebe-se que a partir de 2002 os coletores de castanha no Estado do Acre passaram a receber melhores preços pelo produto. No passado, o mercado apresentava preços altos até o final do período da queda dos frutos, baixando a partir de março ou abril, com o início da coleta da nova safra. Atualmente, os preços pagos aos coletores comportam-se de maneira inversa, contribuindo para uma maior eqüidade na cadeia, por meio de uma melhor remuneração do produto para os extrativistas e/ou coletores e melhoria da qualidade da castanha, uma vez que esta é coletada e comercializada no mesmo ano. O Acre é o segundo maior produtor de castanha no Brasil, com aproximadamente 6.674 toneladas, ficando atrás apenas do Estado do Amazonas. Estima-se que 4 mil famílias trabalhem na coleta durante a safra, distribuídas nas regionais do Alto e Baixo Acre e no Município de Sena Madureira. Este trabalho se propõe a avaliar o custo e a rentabilidade do sistema extrativo para produção de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) na Reserva Extrativista Chico Mendes, Município de Brasiléia, Estado do Acre, em áreas que se encontram em fase de implantação de boas práticas com orientação da Embrapa Acre.